sexta-feira, 10 de setembro de 2010

João-de-Barro e seus ninhos


Sempre me encanta ver os ninhos construídos pelo João-de-Barro.
Esse passarinho me fascina com sua destreza na modelagem da sua casinha.
Também me lembra a infância, com meus manos e amiguinhos, quando gostávamos de mexer no barro ou na argila e modelar nossas casinhas e demais artefatos.
No verão então, pura diversão, nos lambuzar de terra e água...
É...esse passarinho nos remete aos tempos das travessuras e brincadeiras de infância e nos fascina com sua habilidade com a argila, sendo que, não conta com as mãos como nós, e sim com seu bico.
No dia em que tirei essas fotografias encontrei três ninhos, dois na descida da entrada pelo Jardim Mauá e um na pracinha.
A medida que for encontrando outros irei registar a fim de se ter uma idéia de quanto ninhos tem na área.


Fotos: Adri
Em:10 de setembro de 2010
Local: 1ªfoto descida do Jardim Mauá,
2ª e 3ª foto da mesma árvore na pracinha



Pesquisei mais na internet: http://www.wikiaves.com.br/joao-de-barro

João-de-barro

Conhecido também como barreiro (Rio Grande do Sul), forneiro, pedreiro, oleiro e hornero (Argentina). A fêmea é conhecida como “joaninha-de-barro”,”maria-de-barro” ou “sabiazinho” em certas regiões. É conhecido por seu característico ninho de barro em forma de forno. O joão-de-barro é tido como passarinho trabalhador e inteligente. Seu canto parece uma gargalhada (no Sul dizem que, quando ele canta, é sinal de bom tempo) e é amigo de todos, lutando para salvar seu ninho, sua casa.
Dentre as várias canções populares sobre o joão-de-barro, uma se destacou nas vozes de Tonico e Tinoco:
O João de Barro pra ser feliz como eu
Certo dia resolveu
Arranjar uma companheira

No vai e vem com o barro da biquinha
Ele fez uma casinha
Lá no galho da Paineira

Toda manhã o pedreiro da floresta
Cantava fazendo festa
Pra'quela que tanto amava

Mas quando ele ia buscar o raminho
Para construir seu ninho
O seu amor lhe enganava

Mas nesse mundo o mal feito é descoberto
João de Barro viu de perto
Sua esperança perdida

Cego de dor trancou a porta da morada
Deixando lá sua amada
Presa pro resto da vida

Que semelhança marcando meu calendario
Só que eu fiz o contrário
Do que o João de Barro fez

Nosso Senhor me deu calma nessa hora
A ingrata eu pus pra fora
Onde anda eu não sei

Características

Mede 18 a 20cm. de comprimento e pesa 49 g. Possui o dorso inteiramente marrom avermelhado (por isso o epiteto específico rufus). Apresenta uma suave sobrancelha, formada por penas mais claras, em leve contraste com o restante da plumagem da cabeça. Rêmiges primárias (penas de vôo, nas asas) anegradas, visíveis em vôo, com as asas abertas. Ventralmente é de coloração clara (alguns indivíduos podem possuir o peito, flancos e barriga amarronzados, semelhante ao dorso), sendo o queixo e pescoço brancos. Excetua-se a cauda, que é avermelhada tanto dorsal quanto ventralmente. É uma das aves de mais fácil observação nos locais onde ocorre pois além de não se afastar muito de seu território não é nem um pouco arisca, deixando o observador chegar a poucos metros de distância. Quando não está empoleirada desce ao solo, onde passa boa parte de seu tempo caminhando de modo bem típico alternado pequenas corridas com intervalos nos quais anda mais devagar.

joão-de-barro adulto

joão-de-barro jovem

Alimentação

O pássaro, revirando as folhas, busca cupins, formigas ou içás no solo ou sob troncos caídos. Alimenta-se também de outros invertebrados, como minhocas e possivelmente moluscos. Aproveita restos alimentares humanos, como pedaços de pão.

joão-de-barro se alimentando

Reprodução

Juntos, o casal constrói um ninho interessante, em formato de forno de barro, o qual pode ser facilmente identificado no alto de árvores e postes em regiões campestres. No interior do ninho há uma parede que separa a entrada e a câmara incubadora, construída para diminuir as correntes de ar e o acesso de possíveis predadores. Utiliza como matéria-prima o barro úmido, esterco e palha, cujas proporções dependem do tipo de solo (se arenoso, a quantidade de esterco chega a ser maior do que a de terra).
Não utiliza o mesmo ninho por duas estações seguidas, parecendo realizar um rodízio entre dois a três ninhos, reparando ninhos velhos semi-destruídos. Quando não há mais espaço para a construção de novos ninhos, o pássaro o constrói em cima (até 11) ou ao lado do velho.
Em locais urbanizados, quando faltam suportes adequados, o joão-de-barro faz seu ninho até no peitoril de janelas. Neste caso ele escolhe o encontro entre a janela e a parede, assim como ele escolhe encontro de galhos quando faz ninho em árvores. As janelas devem estar em locais altos e de difícil acesso. Em locais descampados, com pouca ou nenhuma árvore alta, e como medida de proteção à espécie, recomenda-se erguer postes altos dotados de travessas horizontais. Estes serão usados para sua nidificação.
A construção do ninho demora entre 18 dias e 1 mês, dependendo da existência de chuvas e, portanto, de barro em abundância. O ninho pesa em torno de 4 kg e às vezes ocorre a construção de vários deles, sobrepostos (até 11), em anos consecutivos. Põe de 3 a 4 ovos, a partir de setembro e a incubação dura de 14 há 18 dias.
Uma vez abandonados, os ninhos são reutilizados por outras espécies de aves (canário-da-terra-verdadeiro) e até por abelhas.

Casal de joão-de-barro

Ninho de joão-de-barro

Ovo de joão-de-barro

Filhote de joão-de-barro

Hábitos

É muito comum em paisagens abertas, como campos, cerrados, pastagens, ao longo de rodovias e em jardins. Caminha pelo chão em busca de insetos, freqüentemente pousando em postes, cercas, galhos isolados e outros pontos que permitam uma boa visão dos arredores. Vive geralmente aos casais. Canta em dueto (macho e fêmea juntos, cada qual de um modo um pouco diferente) nos arredores do ninho em postura altiva e tremulando as asas, com um canto extremamente estridente. Há várias lendas sobre esta espécie e a mais famosa, que ja virou até tema de uma canção intitulada joão-de-barro, diz que se o macho for traído ele pode trancar a fêmea no ninho até que ela morra. Tal comportamento nunca foi registrado cientificamente. Algumas aves como pardais, canários e tuins podem usar ninhos de joão-de-barro abandonados. Uma provável dificuldade para a utilização dos ninhos é a temperatura de seu interior, que lhes confere o nome forno tanto no nome científico Furnarius quanto no nome em espanhol hornero. Esta ave tipicamente campestre vem aumentando significativamente tanto a sua distruibuição quanto abundância. É a ave símbolo da Argentina.

Habitat de joão-de-barro

Bando de joão-de-barro

Curiosidade

Um dia, conta-se, brigou com Tapera (andorinha), que chegou a dominá-lo e despejou-o do ninho ainda em construção. A fêmea ajuda na construção do ninho, mas parece não ser constante, abandonando o macho. O João-de-Barro é fiel até o fim e, por isso, quando percebe que a esposa mudou de amor, tampa a abertura da casa, fechando-a para sempre.

Casal de joão-de-barro

Lendas a respeito

Diz-se que havia um homem chamado João. Ele era um homem muito bondoso e fazia casas com barro e capim, cuidando sempre para fazê-la na posição correta (virada para o nascer do Sol). Ele era tão bondoso que não cobrava nada para construir casas. Depois de muitos e muitos anos, Deus achou melhor ele descansar ao seu lado. Todos entraram em prantos por causa da morte de João. Para consolá-los, Deus criou o “João-de-barro”, fazendo sua casa de barro e capim, sempre virada para o nascer do Sol.

Habitat de joão-de-barro

Distribuição Geográfica

Um dos pássaros mais populares das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste de nosso País. Está presente em áreas não florestadas, desde o sul até os estados de Goiás, Piauí e Alagoas. Recentemente tem ampliado seus limites para regiões onde tem ocorrido o desmatamento de grandes áreas, como o sudeste do Pará. Encontrado também na Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.

Ocorrências registradas no WikiAves

Referências

Um comentário:

  1. Aquelas casas de João de Barro parecem um hotel cinco estrelas!
    Um bjão da Julia 5º ano B

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