...ou carros e fumaça???
A escolha é nossa.
Mas as consequências virão para nós, nossos filhos, netos e todas as gerações futuras.
Ruas temos muitas....
Parcão um só...
Pena que o ser humano na maioria das vezes só sabe dar vaolor quando perde algo que era muito valioso para si... Somos dotados de inteligência e podemos mudar a situação do Parção antes que ela se agrave ainda mais... Ainda nos resta tempo para fazer algo por este lugar tão rico em Natureza...
Minha relação com esse lugar marginalizado sempre foi repleta de sentimentos e sensações, boas e ruins, confesso. Entre as ruins está o fato de que, mesmo representado um refúgio nessa cidade nervosa que de grande só tem a neuroze, e como cidade interiorana carece da natureza característica, boa parte de minhas visitas a ele foram permeadas de reservas. E à medida que os anos passam e aquela ousadia aventureira vai diminuindo tal reserva só aumenta. Sempre que perambulava por N.H. ou precisava espairecer, eu, que moro no Guarani, por vezes caminhava a pé até Hamburgo Velho. Na maioria das vezes ia parar na frente do supermercado Nacional. Atravessar seu estacionamento até os fundos era uma possibilidade, mas tinha seus prós e contras, e os últimos eram sempre bem avaliados. A questão é: por quê? Por que não simplesmente sair de casa com a sóbria intensão e espírito de boa-fé para ir ao parque?
Exatamente agora percebo que há muito envolvido nesse comportamento ressabiado quanto a um espaço da cidade em que habito. Ele envolve aspectos das esferas pública e subjetiva que se autoreforçam, muito mais em termos negativos, infelizmente. Na face Oeste do parque existe uma fronteira sutil, mas muito real e pungente. Centro Histórico, FEEVALE, Comércio, hotel e residências das imediações bem localizadas vêem a área verde aos fundos como um matagal. Ela não lhes diz nada mais que isso. A consciência da importância de uma área verde em meio ao cimento e asfalto não é partilhada pela massa crítica dos hamburguenses, e o descaso com a preservação dela representa um paradoxo relativo à imagem moderna da Av. Maurício Cardoso de que se orgulham e a indiferença com o próprio meio ambiente. Em outra escala, ao permitir que se construam ruas ou estradas sobre os tocos robustos de suas últimas árvores frondosas, Novo Hamburgo mostra que vai na contramão das ideias de vanguarda relativas ao planejamento urbano.
Retornando às impressões pessoais acerca do Parcão, parece que ele representa um mundo à parte mesmo estando física e geograficamente situado. Um mundo feito das impressões pessoais de seus visitantes frequentes, raros ou casuais. Quando garoto suas trilhas de cascalhos eram meu lugar preferido para andar de bicicleta. Sabia que era proibido pedalar lá e me esforçava para entender o porquê. Mais tarde ficaria sabendo que um companheiro de pedaladas fora assaltado lá e lhe tiraram a bicicleta, então só ia a pé. Das vezes que fui a pé, e foram várias, lembro ter visto alguma ronda apenas duas vezes. Certa feita sentei em meio às árvores, fora da trilha. Estava escondido entre elas e vi um guarda passando a cavalho na trilha lá embaixo. Mas última vez que vi alguma segurança foi um experiência meio amedrontadora. Caminhava pelo meio da trilha de cascalho. Em dado momento ouvi o som de um carro se aproximando bem devagar às costas. Não saí de pronto da frente. Na verdade demorei um tempo muito além do normal para fazer isso. O carro não chegou a ter que parar, mas quando desimpedi o caminho passou bem perto de mim uma viatura da Guarda Municipal e pude ver ao olhar pelo vidro do carona a pistola desembainhada que o guarda segurava sobre o colo. De certo por segurança. Seus principais frequentadores certamente não são o pessoal de Hamburgo Velho. E como poderia? Alguns casais até se aventuram a ir lá, mas são raros os que apreciam isso. Lembro que uma vez estava com a namorada, sentado num daqueles troncos de eucalipto atravessados ao lado da trilha quando um colega de trabalho passou por mim com a mulher. No outro dia comentou que o lugar era perigoso e tal... Infelizmente o Parcão não é um lugar que soa seguro, e nem é mesmo. Apesar do seu potencial, ainda não se tornou um lugar para relaxar passeando. Por isso que visitá-lo é sempre uma incógnita.
Num círculo vicioso, a falta de segurança afasta as pessoas comuns das trilhas. O parque fica estigmatizado como lugar de marginais, vagabundos, etc., afetando o comportamento dos guardas e a disposição dos visitantes. Então quem se arrisca ir lá fica constrangido entre o medo de ser assaltado e o inconveniente de ser taxado de marginal. Pode? Creio que a frequência das rondas seria o primeiro passo para mudar a imagem do parque a fim de que o público tenha em mente que está amparado pela cidade em seu lazer necessário. Para que sobreviva aos planos de ser retalhado o Henrique Luis Roessler deve sair de sua esfera à parte e incorporado na cultura hamburguense, abraçado por nós, figura que traduz a necessidade de nossa presença física nele. Já passei bons momentos lá e estou certo que outros haverá.
Concordo, com a questão da segurança. As vezes tenho medo de fazer as trilhas. Alguams vezes,ao invés de relaxar,fico apreensiva. Então gostaria de que houvesse mais segurança sim.
Pena que o ser humano na maioria das vezes só sabe dar vaolor quando perde algo que era muito valioso para si...
ResponderExcluirSomos dotados de inteligência e podemos mudar a situação do Parção antes que ela se agrave ainda mais...
Ainda nos resta tempo para fazer algo por este lugar tão rico em Natureza...
PARCÃO
ResponderExcluirMinha relação com esse lugar marginalizado sempre foi repleta de sentimentos e sensações, boas e ruins, confesso.
Entre as ruins está o fato de que, mesmo representado um refúgio nessa cidade nervosa que de grande só tem a neuroze, e como cidade interiorana carece da natureza característica, boa parte de minhas visitas a ele foram permeadas de reservas. E à medida que os anos passam e aquela ousadia aventureira vai diminuindo tal reserva só aumenta.
Sempre que perambulava por N.H. ou precisava espairecer, eu, que moro no Guarani, por vezes caminhava a pé até Hamburgo Velho. Na maioria das vezes ia parar na frente do supermercado Nacional. Atravessar seu estacionamento até os fundos era uma possibilidade, mas tinha seus prós e contras, e os últimos eram sempre bem avaliados. A questão é: por quê? Por que não simplesmente sair de casa com a sóbria intensão e espírito de boa-fé para ir ao parque?
Exatamente agora percebo que há muito envolvido nesse comportamento ressabiado quanto a um espaço da cidade em que habito. Ele envolve aspectos das esferas pública e subjetiva que se autoreforçam, muito mais em termos negativos, infelizmente.
ResponderExcluirNa face Oeste do parque existe uma fronteira sutil, mas muito real e pungente. Centro Histórico, FEEVALE, Comércio, hotel e residências das imediações bem localizadas vêem a área verde aos fundos como um matagal. Ela não lhes diz nada mais que isso.
A consciência da importância de uma área verde em meio ao cimento e asfalto não é partilhada pela massa crítica dos hamburguenses, e o descaso com a preservação dela representa um paradoxo relativo à imagem moderna da Av. Maurício Cardoso de que se orgulham e a indiferença com o próprio meio ambiente. Em outra escala, ao permitir que se construam ruas ou estradas sobre os tocos robustos de suas últimas árvores frondosas, Novo Hamburgo mostra que vai na contramão das ideias de vanguarda relativas ao planejamento urbano.
Retornando às impressões pessoais acerca do Parcão, parece que ele representa um mundo à parte mesmo estando física e geograficamente situado. Um mundo feito das impressões pessoais de seus visitantes frequentes, raros ou casuais. Quando garoto suas trilhas de cascalhos eram meu lugar preferido para andar de bicicleta. Sabia que era proibido pedalar lá e me esforçava para entender o porquê. Mais tarde ficaria sabendo que um companheiro de pedaladas fora assaltado lá e lhe tiraram a bicicleta, então só ia a pé. Das vezes que fui a pé, e foram várias, lembro ter visto alguma ronda apenas duas vezes. Certa feita sentei em meio às árvores, fora da trilha. Estava escondido entre elas e vi um guarda passando a cavalho na trilha lá embaixo. Mas última vez que vi alguma segurança foi um experiência meio amedrontadora. Caminhava pelo meio da trilha de cascalho. Em dado momento ouvi o som de um carro se aproximando bem devagar às costas. Não saí de pronto da frente. Na verdade demorei um tempo muito além do normal para fazer isso. O carro não chegou a ter que parar, mas quando desimpedi o caminho passou bem perto de mim uma viatura da Guarda Municipal e pude ver ao olhar pelo vidro do carona a pistola desembainhada que o guarda segurava sobre o colo. De certo por segurança.
ResponderExcluirSeus principais frequentadores certamente não são o pessoal de Hamburgo Velho. E como poderia? Alguns casais até se aventuram a ir lá, mas são raros os que apreciam isso. Lembro que uma vez estava com a namorada, sentado num daqueles troncos de eucalipto atravessados ao lado da trilha quando um colega de trabalho passou por mim com a mulher. No outro dia comentou que o lugar era perigoso e tal...
Infelizmente o Parcão não é um lugar que soa seguro, e nem é mesmo. Apesar do seu potencial, ainda não se tornou um lugar para relaxar passeando. Por isso que visitá-lo é sempre uma incógnita.
Num círculo vicioso, a falta de segurança afasta as pessoas comuns das trilhas. O parque fica estigmatizado como lugar de marginais, vagabundos, etc., afetando o comportamento dos guardas e a disposição dos visitantes. Então quem se arrisca ir lá fica constrangido entre o medo de ser assaltado e o inconveniente de ser taxado de marginal. Pode?
ResponderExcluirCreio que a frequência das rondas seria o primeiro passo para mudar a imagem do parque a fim de que o público tenha em mente que está amparado pela cidade em seu lazer necessário. Para que sobreviva aos planos de ser retalhado o Henrique Luis Roessler deve sair de sua esfera à parte e incorporado na cultura hamburguense, abraçado por nós, figura que traduz a necessidade de nossa presença física nele.
Já passei bons momentos lá e estou certo que outros haverá.
Concordo, com a questão da segurança.
ResponderExcluirAs vezes tenho medo de fazer as trilhas.
Alguams vezes,ao invés de relaxar,fico apreensiva.
Então gostaria de que houvesse mais segurança sim.